quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Emergir



Acordar no dia seguinte sempre é um susto. Depois de um sono pesado povoado por sonhos e pesadelos que se misturam aos acontecimentos anteriores, voltar à realidade é difícil.
É como voltar à tona depois de um mergulho. Lá em baixo tudo é meio difuso e lento, e os sons são difíceis de assimilar.
e só agora posso pensar no que aconteceu.
A noite passou numa velocidade imensa e tudo que fiz, foi sem arrependimento. Mas mesmo assim ainda há algo que incomoda. Tivemos momento pesados e sem pensar direito, fui falando o que sentia e se por um lado estou mais leve por ter sido sincero, estou morrendo por não te ter. Não pude mais agüentar suas duvidas e acabei por tomar minha própria decisão.
Não é um bom momento para te ver, sei que o tempo que pedi será suficiente para estragar qualquer coisa boa que existiu, mas contigo estava difícil respirar.
Me martirizava no peito, um coração que não sabia o que queria perto futuro, mas que sentia sua falta e queria bater ao lado do teu. Na cabeça ficava uma razão angustiada pensando se aquilo valia mesmo à pena, e se dependesse dela não haveria envolvimento. O resultado foi este afastamento que se não mata, ajuda a derrubar.
Ainda guardo teus beijos como boas lembranças, ainda sei que você gosta dos meus, mas se conseguíssemos tirar só o bom deste momento, ainda estaríamos juntos.
Que fique aqui uma homenagem ao que foi e ao que não foi. Fica a lembrança de um tempo bom, mas angustiante, e que sejamos melhores daqui para a frente.




Mas cá entre nós, para que isso? Ainda te quero e você me quer, e é verdade que não haverá namoro, mas eu tenho um bom currículo como amante, pode pesquisar!

Fique com meus beijos senhorita e fique tranqüila que numa curva destas do mundo ainda volto a te encontrar e te roubo uns beijos somente para relembrar o quanto eles são bons.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Da parte dela.....


Não Havia jeito. Mesmo fugindo dele, evitado suas investidas e saindo em viagens sem sentido, não foi possível esquecê-lo. Tanto esforço, tantas noites sem sono, resistindo ao desejo de vê-lo, tudo indo por água abaixo ao estar diante dele.
Ele vindo com seu caminhar imponente e o gingado de alguem que está plenamente feliz, desconcertam qualquer um. Um rosto bem vivido, mas que conserva a jovialidade e os olhos que brilham intensamente ao me ver.
Desarmada, era como me sentia e o abraço que ele me deu não ajudou a melhorar. Me lembrei exatamente porque fugi.
Naqueles braços eu me perdia e sentindo-me tão bem, acabava me enchendo de duvidas. Eu me perguntava se merecia tudo aquilo, e chegava até a duvidar se era realmente verdade. Mas eu sabia que o beijo que ganharia a seguir faria qualquer questão perder a importância. Era a felicidade que tanto buscara, mas quando conseguiu, não sabia o que fazer. E a angustia que sentia quando ele a deixava fazia com que a fuga fosse a única opção, pois resistir era quase impossível...

...
...
...
...
...
...
... e ela novamente se afastou, e ele também. Ambos ficaram muito mal, mas conseguiram superar. E ela hoje, ao vê-lo com novas paixões, imagina se eles estão felizes como ela foi junto a ele. Mas fica sempre o sabor amargo de não ter sido plenamente feliz pelo medo que esta situação trás.

E mais uma vez ficou provado que o ser humano não sabe ser feliz, tem medo de se entregar e viver a beleza dos momentos pequenos juntos e que são de uma intensidade enorme. Enfim, desconfiado, sempre pensa não merecer aquilo e consegue estragar tudo, se condenando a uma vida amena e morna, cheia de "se"s nunca resolvidos e possibilidades não tentadas.

É sempre mais fácil desconfiar de uma bela rosa sem espinhos, do aproveitar seu perfume antes que ela morra.