terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Lá e de volta outra vez

Deixa lhes contar um pouco do que fiz em todo este tempo sem postar aqui.

Passei uma temporada ótima em Ubá, com minha família e aproveitei com meus amigos o máximo que pude.

Bem mais do que poderia achar que seria capaz.

Tive bons momentos com um dos meus amores de lá e digo que foi no mínimo reconfortante saber que Ubá continua sendo um lugar agradável, uma vez que tinha idéias contrarias sobre isso. Bom saber que tenho para onde voltar, mas que só poderei fazer isso depois de alcançar meus objetivos.

Por um convite dos meninos de lá acabei indo parar em Juiz de Fora, uma cidade que é no mínimo bem pontual em minha vida, afinal é para lá que costumava ir nas minhas férias de escola e onde moram a maioria de meus primos por parte de mãe e até meu irmão mais velho, pena que este está preso.

Passei alguns dias lá saindo com meus amigos e gastando toda a grana que tinha ganho no final do ano e até meu dinheiro da passagem.

Tenho que ressaltar que houve uma noite que foi no mínimo fantástica onde após beber um pouco, decidimos sair para buscar um lugar para beber de madrugada.

Descemos Eu, Cadú e Camila. Por fim fomos para em um bar no centro da cidade às sete da manhã estávamos em um bar tomando café da manhã composto por um copo de café com leite, um pão com manteiga e um copo de pinga para cada um, com direito a repetir. Mas esse povo teve que voltar para suas casas e eu fui para a casa dos meus parentes.

Admito que estava com medo de fazer isso. Não via meu Avô a tempos e nunca havia voltado à sua casa desde que minha Avó morreu a uns dois anos atrás.

Admito que tenho um medo gigante da doença que se abateu sobre ele e de como ela me influencia.

Meu pobre Avô tem Alzeheimer. É muito angustiante para mim ver ele perdendo pouco a pouco as lembranças de uma vida tão massa. É angustiante repetir tantas vezes para ele o que ando fazendo da vida.

É angustiante ver ele sentado na sala esperando minha Avó voltar de um lugar que ele sempre esquece de onde é e ver o quão triste ele fica quando se lembra, apenas por alguns momentos de que ela morreu.

Tenho medo de ficar assim gente. Tenho medo de me esquecer quem são as pessoas queridas ao meu redor, tenho medo de me esquecer o quanto gosto de alguns de vocês e bem mais que isso, tenho medo de esquecer de tanta coisa a ponto de esquecer quem eu sou.

Mas amo meu Avô, e os dias que passei com ele foram bons e mesmo com esse problema, quando cheguei ele me reconheceu, coisa que não está fazendo com as pessoas que vivem ao redor dele.

Revi meus tios e alguns primos, mas o fato que mais me deixou emocionado foi poder ver meu irmão novamente.

Tem uns oito anos que não o via e por uma coincidência do destino ele conseguiu ficar em casa uma semana e eu atrasei minha volta para SJDR para poder estar com ele.

Foi bom saber que meu irmão estava bem e que sua cabeça ainda não havia sido deturpada pela vida na cadeia. No final do ano ele sai de vez e já tem planos de arrumar um emprego e continuar sua vida. Foi bom vê-lo, bem mais do que achava que seria capaz. E saber que ele já largou da vida que levava me fez ficar mais tranqüilo. Mesmo não tendo sido criado junto a ele, uma vez que minha mãe deu ele para ser criado por minha tia, eu ainda me preocupo com este irmão que sempre deixava a família sem dormir à noite.

Juiz de Fora ainda me reservava uma última surpresa antes que eu pudesse voltar para São João del Rei.

Como vocês devem estar lembrados, eu nas noites de farra lá em Juiz de Fora acabei gastando a grana para poder pagar o ônibus de volta e estava decidido a pegar carona. Mas minha prima que trabalha em um hospital lá em JF me ligou dizendo que uma paciente havia recebido alta e como ela era de SJDR, a prefeitura daqui enviaria uma ambulância para buscá-la e se eu quisesse poderia ir junto, mas que para isso deveria chegar lá antes das duas da tarde.

Chegando uma hora antes fiquei esperando a bendita ambulância que só veio no dia seguinte.

Neste meio tempo fiz amizade com todas as enfermeiras da pediatria e estas me trataram super bem nesta minha espera pela carona. Conheci crianças fantásticas e espero que todas elas estejam muito bem em casa agora e também conheci mães que sem sair do lado dos leitos sofriam demais por ver suas crianças internadas. Fui bem alimentado e até arrumaram um lugar para que eu pudesse dormir lá no hospital mesmo.

Quando desci da ambulância em SJDR, digo que estranhei aquilo tudo, afinal a anos não havia ficado tanto tempo longe daqui. 21 dias.

Demorei bem uma boa semana me acostumando com as coisas daqui e esperando bravamente a chegada do Festival de Cinema de Tiradentes e junto com ele uma amiga lá de Campinas, Senhorita Sabrina.

Foram ótimos momentos que passamos juntos e espero que ela volte bem rápido, e que traga as meninas junto com ela novamente. Adorei a Paty e a Vivi vai esperar minha próxima encarnação pra ver se volto simpático.

Meu pré-carnaval foi muito massa e o Carnaval trouxe a surpresa em saber que sem lugar para ir, minha irmã tinha pedido para vir passar o carnaval aqui comigo. Admito que não esteja acostumado a ficar vigiando e passei um pouco de raiva, mas foi até muito bom tê-la aqui comigo. E minha mãe finalmente veio me visitar, adorando a republica e o povo que mora aqui.

Voltei a trabalhar e voltaram às aulas.

Com um tanto de pessoas novas para renovar um pouco os ares desta Universidade.

Digo que estou meio balançado por uma senhorita aqui e nem sei o que faço.

Mas veremos o que faremos.

Bom pessoal, foi mais ou menos isso que estive fazendo enquanto estive fora. Sei que os momentos foram zilhões de vezes melhores de se viver e mesmo hoje ainda sonho com as coisas que aconteceram. Saibam que eu fui lá e voltei. Voltei mais forte, quem sabe até mais maduro. Ainda sou eu mesmo, vocês vão poder notar e saibam que estava com saudades de vocês.

P.S. Ainda continuo maior que o mundo

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Diário de Bordo


Desculpem se fiquei muito tempo sem dar noticias. Na verdade fui viver um pouco lá fora distante desta minha vida e já voltei para dizer para vocês tudo que vi por lá.

Resolvi que neste final de ano iria descansar e ter um pouco menos de juízo. Resolvi que em todas as festas que pudesse ir estaria lá e me divertiria o máximo possível sem pensar que existe amanhã.

Embarquei em uma viagem que tinha tudo para dar errado, mas que afinal, acabou dando certo. Revi pessoas que a muito me traziam saudades e agora estas estão bem maiores. Disse a estas pessoas que as amava e que por mais distante que estivesse elas ainda estavam em meus pensamentos e seriam alvos de minhas preces. Conheci novas pessoas e novos lugares e neste conjunto vivi aventuras que achava não ter forças de conseguir. Venci inimigos que me atormentavam e depois consegui me libertar um pouco mais.



Desculpem se o post é rápido, mas logo mais vou explicar tudo que aconteceu e durante a semana vou contar umas histórias.